



Coisas maravilhosas estão do outro lado do nosso medo
Nos últimos dias ao conversar com uma amiga, ouvi dela a seguinte frase: “precisamos aproveitar o que dá para fazer no verão, pois no inverno só nos resta trabalhar.” Por incrível que pareça, essa frase me chocou imediatamente. Logo eu, que moro e trabalho literalmente em uma ilha linda e cercada por natureza (Florianópolis, em caso de curiosidade, rs), não aproveito tudo o que a vida oferece por aqui. São tantos trabalho, estudos, tarefas diárias etc, que a semana vai acontecendo e, quando eu vejo, o final de semana chegou – e apesar do meu desejo em sair e aproveitar – me sinto cansada e desisto.
Mas eu nunca havia pensado sobre o verão nesse sentido, de aproveitar o que ele oferece porque no inverno “só nos resta trabalhar”. E, por mais que tenham coisas legais para se fazer no inverno – como ler um livro durante uma tarde chuvosa, tomar um banho quentinho e assistir um filme, tomar um café recém passado com um bolo saindo do forno… no verão, as coisas são diferentes. Enquanto o inverno nos convida ao recolhimento e ao trabalho, o verão nos chama para fora – de casa, fora da cidade, da rotina, das exigências e, no meu caso, sinto me chamar para fora da minha zona de conforto.
Eu sempre gostei de fazer algumas coisas sozinha, como ir ao cinema, conhecer restaurantes novos, sair para tomar café… Mas, ir à praia e sair à noite sozinha ainda eram grandes questões para mim. Eu me achava incapaz de conseguir aproveitar uma tarde sozinha na praia, em meio a tanta gente e tantos grupos. Mas pensando bem, a vida é assim: nem sempre teremos uma (outra) companhia para tudo, mas é importante aprendermos a reconhecer que sempre teremos a nossa (própria) companhia, independente das circunstâncias.
Então lá estava eu sozinha em casa nesse último sábado. Minha mãe havia ido viajar e eu não pretendia fazer “grandes” coisas na sua ausência. O plano até então era apenas ler bastante, descansar e me distrair. Mas aí olhei pela janela e pensei: “cara, tá um diazão lindo de sol… não é possível que eu vou perder esse dia só porque estou sozinha”. E, sem pensar muito, encarei o ônibus e fui para a praia.
Minha PRIMEIRA vez sozinha na praia! E foi bem gostoso, mas me tirou totalmente da minha zona de conforto. Não posso dizer que foi confortável, mas posso dizer que foi muito legal a experiência. Peguei sol, li bastante, tomei um banhão de mar gelado e depois fiz o caminho a pé até um café que eu sempre quis conhecer, mas nunca havia ido por fugir muito da minha rota cotidiana.
O lugar se chama Nas Ondas Café, com um cardápio bem legal incluindo opções vegetarianas e veganas, e um atendimento simpático. Eu pedi um Iced Matchá Latte junto com um Banana Bread coberto de chocolate – deixo a dica!
Claro, talvez ir à praia sozinha não seja uma grande questão para você, mas isso tudo faz parte de alguns processos internos que estou vivendo: de aprender a estar bem em minha própria companhia, estar bem sozinha e comigo mesma. Porque, apesar de eu sempre ter gostado de “fazer” coisas sozinha, nos últimos meses eu não estava muito confortável em “estar” sozinha, o que virou pauta na minha última sessão de terapia.
Sinto que esse é um dos processos que estou vivendo – e não quer dizer que a partir de agora vou me afastar de todo mundo, mas há momentos e momentos, né? Então, quando eu estiver com mais pessoas, quero saber aproveitar, mas quando estiver sozinha, que eu esteja bem na minha própria companhia.
Eu já deixei de aproveitar muitos dias ensolarados de praia e muitas outras coisas por não me sentir bem em fazer algo sozinha – e está tudo bem em se ouvir e se respeitar também, caso você realmente não se sinta bem em ir só. Mas a questão é quando o seu desejo é deixado de lado por medos internos. Você QUER fazer, QUER ir, só não se sente confortável com as circunstâncias… Bem, aí entra a escuta interna para entender melhor o que se passa aí dentro e encarar a situação.
Comecei o ano com essa sacudida interna e muitos processos novos começando, mas quis compartilhar um pouquinho aqui para te encorajar a se ouvir, se respeitar, mas também se desafiar. Coisas maravilhosas estão do outro lado do nosso medo.
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Um abraço,
Aline.