Coletor, calcinha menstrual, absorvente de pano – Qual o melhor e mais sustentável?
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Coletor, calcinha menstrual, absorvente de pano – Qual o melhor e mais sustentável?

30 de julho
Criado por: Gabriela Casartelli

o peso do descartável

O primeiro absorvente feminino chegou no Brasil em 1930. Hoje, em 2021, calcula-se que cada mulher brasileira com idade entre 11 e 54 anos faça uso de cerca de dez absorventes descartáveis em cada ciclo menstrual. Da puberdade até a menopausa, esse número pode chegar até 15 mil.

Caso a última menstruação de uma mulher ocorra após os 50 anos, ela gastará mais de 130 quilos de absorventes ao longo da vida – e, caso use absorventes descartáveis, vai gerar muita poluição ao planeta.

No Brasil, não existe reciclagem para esse tipo de resíduo e eles acabam indo parar em lixões e aterros sanitários onde, como sabemos, provocam uma série de problemas para a natureza e meio ambiente.

o descaso com a saúde

Os mesmos aditivos químicos que prejudicam os animais e contribuem para o envenenamento dos nossos solos são elementos igualmente prejudiciais à saúde da mulher e da sua região íntima. Trazendo inúmeros problemas que vão de alergias e infecções vaginais até problemas mais complexos como alteração de hormônios da tireoide, liberação de insulina pelo pâncreas, além de estar diretamente ligado ao câncer.

Isso se dá por causa da concentração de bisfenol A – que é quatro vezes maior no absorvente feminino que em uma sacola de supermercado plástica, por exemplo. Além do bisfenol, outro exemplo de toxina que está presente em absorventes é o glifosato – presente nas plantações de algodões não orgânicos – que é uma substância também relacionada ao câncer.

Como se o volume de resíduos não fosse suficiente, a composição dos absorventes, feitos com polietileno, propileno, adesivo termoplásticos, papel siliconado, polímero superabsorvente, entre outros materiais, faz com que o produto seja dominado por plástico.  Na prática, isso significa que o absorvente pode levar até 400 anos para se decompor na natureza.

Esses componentes estão, inclusive, nos absorventes internos que ficam em contato direto com a circulação sanguínea do corpo feminino.

as alternativas:

 

coletor menstrual

coletor-menstrual

O que é? Copo feito de silicone atóxico que é utilizadora entrada da vagina. Reduz a geração de lixo e não tem substâncias químicas na composição.

Tempo de uso: pode ser usado de oito a doze horas por vez, dependendo da intensidade do fluxo.

Higienização: água e sabão. No final do fluxo, é necessário ferver o coletor na água, em uma panela específica para essa atividade, por cinco minutos.  Antes do primeiro uso, recomenda-se esterilizar o coletor fervendo-o durante três minutos.

Validade: Os coletores devem ser trocados de cinco a dez anos. Ver a data indicada pelo fabricante.

importante saber: 1) a adaptação pode demorar e ser desconfortável com alguns vazamentos até o ajuste definitivo da dona com a peça; 2) algumas profissionais questionam a “retenção” do fluxo, que pode não ser energeticamente positiva para o corpo que ficará com o sangue “guardado” até a próxima limpeza.

 

calcinha menstrual

O que é? Uma calcinha com tecnologia absorvente e propriedades antimicrobianas e antibacterianas – que evita a proliferação de fungos e bactérias.

Tempo de uso: nesse caso depende muito do fluxo de cada pessoa. Em dias de fluxo mais intenso pode ser trocada até 3x.

Higienização: Para mantê-la sempre em condições ideais, basta fazer a higienização adequada da peça de acordo com cada fabricante. Quanto mais bem cuidada, mais durabilidade ela terá e menos impacto ambiental será causado. Dica da equipe Kura: colocar de molho em água morna antes de lavar é o ideal. E, claro, sabão neutro e preferencialmente que não seja agressivo ao meio ambiente.

Validade: O ciclo de vida dessas peças é equivalente a 50 lavagens, ou a dois anos de uso. Porém, na natureza ela demora menos tempo que o coletor para se decompor, já que é feita com tecidos biodegradáveis e atóxicos.

importante saber: 1) o processo de limpeza da calcinha não é tão simples como o do coletor; 2) ao longo do dia você terá que fazer a troca literal de calcinha, enquanto o coletor pode ser simplesmente esvaziado.

Nesse KURA TESTA a gente conta da nossa experiência com a calcinha menstrual da Herself

absorvente de pano

absorvente-de-pano

O que é? Com a mesma tecnologia da calcinha, mas no shape dos “tradicionais” absorventes, é uma forma mais prática de causar menos impacto.

Tempo de uso: Da mesma forma que as calcinhas e os absorventes “normais” deve ser trocado conforme o fluxo de cada pessoa.

Higienização: Da mesma forma que as calcinhas, devem ser lavados à mão com sabão neutro e conforme as indicações dos fabricantes.

Validade: Eles podem durar até cinco anos ou conforme o fabricante.

importante saber: 1) você com certeza terá que adquirir mais de um modelo para que possa ser feita a troca ao longo do dia e também a lavagem e secagem para o uso nos dias seguintes; 2) não são uma alternativa tão prática quanto os outros tipos de absorventes, mas são com certeza mais baratos que a calcinha menstrual e causam tanto ou menos poluição que elas.

 

absorvente orgânico

O que é? O velho absorvente “tradicional” com uma reputação menos agressiva: biodegradáveis e hipoalergênicos são menos prejudiciais à saúde e também ao meio ambiente.

Tempo de uso: Conforme cada fabricante.

Higienização: Nesse caso, não se aplica. Descartar da forma adequada, destinando o lixo orgânico para o local correto e torcer para o melhor nesse caso é o único caminho.