Meditação não é para você? 7 dicas para te convencer do contrário
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Meditação não é para você? 7 dicas para te convencer do contrário

19 de setembro
Criado por: Gabriela Casartelli

Talvez você queira meditar, mas é muito ocupade. Ou então se dispersa facilmente. Você acha que leva muito tempo, ou então que está fazendo algo errado. E talvez você tenha “certeza” que meditação não é para você, porque é muito agitade e distraíde.

Saiba que as “desculpas” que nós, humanos do séc XXI, damos para não meditar são as mesmas de 5000 anos atrás – e fazemos isso mesmo sabendo que esse hábito pode mudar as nossas vidas.

 
Vários estudos já mostraram que a meditação pode nos ajudar a lidar com stress crônico, ansiedade, e inclusive pode ajudar a mudar a estrutura física dos nossos cérebros durante o processo. Os pesquisadores acreditam que essas mudanças fazem com que a gente seja mais resilientes no enfrentamento das pressões do dia a dia, e também mais compassivos e empáticos com as pessoas ao nosso redor.
 
Se apesar das dificuldades você quer começar essa mudança na sua vida, eu trouxe algumas dicas que aprendi ao longo da minha (ainda curta) jornada, que funcionaram para mim (e para pessoas que conheço) e que continuam sendo auxiliares da meditação nossa de cada dia – mesmo quando as desculpas insistem em voltar e tentar me impedir.
 
Seguem abaixo:
 

1- Encontre sua professora ou professor

Não aprendemos nada sozinhos, e ter ajuda daquela pessoa que já trilhou o caminho que você pretende seguir é mais do que humildade, é respeito pelo conhecimento milenar. Conheça as tradições, os métodos, os ensinamentos que vieram e se estabeleceram antes de você – com certeza eles não sobreviveram tanto tempo em vão. Conhecendo os métodos através de orientações corretas, você pode então escolher aquele que dá um match com o seu “estilo” e dia a dia – por quê não?

Existem grupos presenciais, mas em tempos de COVID existem muitas aulas online e professores de diversas linhas de meditação que ensinam virtualmente. Para conhecer a meditação sob a luz do Vedanta eu indico a professora Gloria Arieira do (Vidya Mandir) e o professor Patrick Van Lammeren

As minhas professoras Valentina Asmus e Martina Heuser do Mysore Yoga Porto Alegre fazem grupos de meditação eventualmente e seguindo elas vocês veem quando forem acontecer novamente.

 

2- Fique confortável

Você absolutamente não precisa se sentar em posição de lótus em uma almofada minúscula. Você não precisa nem cruzar as pernas. Não precisa sentar no chão. Você não precisa ficar desconfortável e sem encostar as costas. Você não precisa – e nem deve – sentir dor durante qualquer parte do processo. (inclusive, é para isso que a gente pratica Yoga, sabia? Mas isso é conversa para outro post).

Meditar já é difícil, então reduzir dores, pernas adormecidas, desconfortos é ideal – especialmente no começo. Sinta-se à vontade para pegar uma cadeira com apoio para as costas, sentar-se com os joelhos em um ângulo de 90 graus e manter os pés apoiados no chão.

A partir daí, é muito mais fácil sentar-se ereto. E pense nisso como rodinhas: se os músculos das costas começarem a doer, você pode relaxar na cadeira. Mas praticar essa postura ativa tornará tudo mais fácil se você decidir começar a sentar no chão em algum momento.

 

3- Crie e arrume seu espaço

Para criar um hábito, para encaixar novidade na rotina, a melhor coisa é construir um ritual ao redor dele. Fazê-lo sempre no mesmo lugar (e horário) e que esse lugar seja o mais aconchegante, convidativo e distante de qualquer distração.

Uma dica é aproveitar uma sacada ou janela que possa aproximar você da natureza. Ou então escolher um cantinho onde você tenha presença de plantas na sua sala de estar mesmo. O importante é ser limpo, confortável e ter uma energia que você curta. 

Se cerque de plantas, incensos, velas, almofadas e, se precisar, até uma cobertinha – tudo o que for preciso para se sentir como um lugar onde você deseja passar algum tempo. E a partir daí pode tentar dedicar esse espaço para ser o único canto organizado do seu apartamento. A chave é descobrir o que faria você querer estar lá.

 

4- Monte seu altar

Outra maneira de dedicar um espaço em sua vida à meditação é criando um altar. Este é um espaço onde você pode guardar tudo o que usar enquanto medita – e/ou objetos que o lembrem da mentalidade que você procura durante a prática. O altar pode estar em sua mesa de cabeceira, sua estante de livros ou em uma mesinha; pode conter sua vela calmante favorita, cristais, plantas ou imagens.

Mas, como tudo na prática de meditação, o que você coloca no altar depende totalmente de você. É sobre o que parece certo para sua abordagem única. Então, claro, você pode comprar um Buda – mas apenas se quiser e sentir que se conecta com ele e com a história dele.

Se, por definição, ALTAR é um lugar de adoração. Faça desse altar o lugar de VOCÊ SE ADORAR, em primeiro lugar.

 

5- Experimente um aplicativo, meditação guiada ou grupo

Se você for um iniciante, experimente um aplicativo como o Headspace, que pode ser um guia em movimento para iniciar exercícios de atenção plena e respiração – sem o compromisso (ou potencial para autoconsciência) de uma aula.

Outros aplicativos, vídeos ou “canais” no Spotify podem ser melhores para meditadores mais experientes em busca de treinamento específico. Por exemplo, a professora Gloria Arieira, que eu citei no primeiro tópico, tem uma playlist incrível com meditações guiadas à lua de Vedanta no Spotify.

Além desses, indico o Insight Timer que tem infinitas meditações guiadas (isso até é um perigo porque são opções até demais) mas eu, particularmente, uso quando preciso “controlar” o tempo da meditação e não posso ultrapassá-lo. Ele tem sons gostosos de sinos, bowl tibetano, basu, gongo entre outros e você pode colocar marcações de tempo para ele te avisar, de forma leve, quando você completou o tempo de meditação estipulado inicialmente.

 

6- Encaixe na sua rotina

Você provavelmente também já ouviu que o “segredo” para criar um hábito é fazer a atividade que você está tentando manter no mesmo horário todos os dias. Mas, o momento certo para meditar pode não ser quando você acorda – ou talvez seja! A única maneira de saber o que será melhor é experimentando. 

Tradicionalmente, se diz que o horário antes do nascer do sol, Bhrama Muhurta (horário de Bhrama – Deus), é o horário mais auspicioso para as práticas espirituais. Mas como também diz a minha professora, Valentina Asmus, “toda ação é meio de prática” então independente da hora, o melhor é praticar.

As escrituras indicam o final do dia também como um horário auspicioso. Indicam inclusive que, se pudermos, meditar em AMBOS os horários seria o ideal. Mas vamos com calma.

 

7- Comece pequeno

Tentar meditar por 30 minutos no primeiro dia só vai trazer dor e decepção seguida de desistência. Tudo que começamos aos poucos – e vamos respeitosamente e gradativamente inserindo no nosso dia a dia – é mais provável e certo que se estabeleça e seja perene.

É fácil ficar empolgado nos primeiros momentos. Não seja ambiciose demais. Comece com algo totalmente administrável e que você possa sustentar com alguma consistência por um bom tempo. 

Construa um schedule, com seus compromissos diários e encaixe sua meditação em 10 minutos desse seu dia. Faça isso por um mês, todos os dias. Se falhar, comece de novo. Depois de meditar 10 minutos, todos os dias, por um mês, aumente mais um pouquinho. E assim por diante. Esse é só um exemplo, mas diga para sua mente e para o seu corpo onde você quer chegar – e mostre a eles quem é que manda! 🙂

E lembre-se que 10 minutos de meditação por dia é muito mais do que zero minutos de meditação por dia.